Morreu hoje (19/02/19), o diretor artístico da Chanel, Karl Lagerfeld. O designer de moda alemão deu entrada na manhã do de terça-feira (19), em hospital em Paris em uma internação de urgência. O motivo da morte ainda não foi divulgado.
De acordo com a agência Reuters, o quadro de saúde de Lagerfeld já causava preocupações há semanas.
Sua primeira colaboração em grandes maison, foi na Chloé em 1964 como freelancer. Ele apresentou para designs com uma nova identidade e que fizeram enorme sucesso. Em poucos tempo, o estilista já estava desenhando toda a coleção da grife. Os “mini sutiãs” inspirados nas roupas de Carmen Miranda que ele apresentou no começo dos anos 1970, fizeram a Chloé se tornar um “must have” entre o público mais jovem.
Durante os anos 1970, o estilista passou a fazer figurinos de produções teatrais e musicais, como os de Luca Ronconi e Jürgen Flimm.
No começo dos anos 1980, a Chanel não tinha mais a mesma relevância dos tempos da fundadora Coco Chanel. Lagerfeld foi contratado para tentar "virar o jogo", e assumiu o posto de diretor-criativo da grife para torná-la mais jovem. Já em seu primeiro ano de comando, a Chanel abriu mais de 40 lojas ao redor do mundo e voltou a ser lucrativa.
Apesar de ter feito parte da história das maiores marcas de luxo do mundo, Karl afirmou que: “Você pode ser a pessoa mais chic do mundo usando apenas jeans e camiseta. É uma questão de atitude”. Ele foi um dos primeiros grandes estilistas a criarem uma coleção com preços mais acessíveis para a H&M - onde todas as peças que ele desenhou para a fast fashion foram vendidas em questão de horas.
A Chanel postou uma nota em sua conta do Instagram lamentando a morte de Karl Lagerfeld e divulgando quem seria a pessoa que irá substitui-lo no posto de Diretor Artístico:
"É com profunda tristeza que a Casa CHANEL anuncia o falecimento de Karl Lagerfeld, Diretor Criativo da CHANEL desde 1983. Um indivíduo extraordinariamente criativo, Karl Lagerfeld reinventou os icônes da marca criados por Gabrielle Chanel: a jaqueta e o terno CHANEL, o vestido preto, os tweeds, os sapatos de dois tons, as bolsas acolchoadas, as pérolas e bijuterias. Em relação a Gabrielle Chanel, ele disse: “Meu trabalho não é fazer o que ela fez, mas o que ela teria feito. A coisa boa sobre a Chanel é que é uma ideia que você pode adaptar a muitas coisas. ”Uma mente criativa e com imaginação infinita, Karl Lagerfeld explorou muitos horizontes artísticos, incluindo fotografia e curtas-metragens. A Casa de CHANEL se beneficiou de seu talento para todas as campanhas de branding desde 1987. Finalmente, não se pode referir a Karl Lagerfeld sem mencionar seu senso de ironia. Alain Wertheimer, CEO da CHANEL, disse: “Graças a seu gênio criativo, generosidade e excepcional intuição, Karl Lagerfeld estava à frente de seu tempo, o que contribuiu amplamente para o sucesso da Casa da CHANEL em todo o mundo. Hoje, não apenas perdi um amigo, como perdi uma mente criativa extraordinária a quem dei carta branca no início dos anos 80 para reinventar a marca. ”Bruno Pavlovsky, presidente de moda da CHANEL, disse:“ Desfile após desfile, coleção após coleção, Karl Lagerfeld deixou sua marca na lenda de Gabrielle Chanel e na história da Casa de CHANEL. Ele promoveu firmemente o talento e a experiência dos ateliers da CHANEL, permitindo que esse know-how excepcional brilhasse em todo o mundo. A maior homenagem que podemos fazer hoje é continuar seguindo o caminho que ele traçou - para citar Karl - 'continuando a abraçar o presente e inventar o futuro'. ”Virginie Viard, diretora do CHANEL Fashion Creation Studio e colaboradora mais próxima de Karl Lagerfeld por mais de 30 anos, foi confiada por Alain Wertheimer com o trabalho criativo para as coleções, para que o legado de Gabrielle Chanel e Karl Lagerfeld possa viver."
